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Resgatando Nina Hagen

Posted in Meu baú on 19/05/2010 by AreaJ

Na falta de novidades musicais para preencher os momentos caseiros, tive que vasculhar a minha coleção de CDs, há muito tempo guardada. Na verdade fui incentivado a fazer isso enquanto buscava algumas trilhas para produção dos meus vídeos de trabalho. Foi nessa busca que resgatei todo tipo de salada sonora, desde o lounge dos meus Café Del Mar, o dance do Deee-Lite, o trip hop do Massive Attack, o acid jazz de Thievery Corporation até o som misto de tecno-opera-punk-rock de Nina Hagen. E foi neste último que acabei me prendendo de novo nas últimas semanas, após passados 20 anos em que eu perturbava minha mãe com as versões em bolachas de vinil.

Aí fui resgatar um pouco mais de Nina no Youtube. As letras estranhas, o deboche, as personagens, as caras engraçadas, as mil vozes…tudo lá. E não é que ela ainda é o máximo?! Mesmo os álbuns dela cantado em alemão (e eu não entendendo patavina), são ótimos só pela sonoridade e pelas coisas que ela é capaz de fazer com a voz.

A discografia de Nina Hagen é vasta. Vem desde a época de puro punk rock em alemão até a atmosfera mais zen-hindu-extraterrestre.

Meu álbum preferido é NunSexMonkRock pelos arranjos com efeitos eletrônicos e músicas totalmente atemporais. Este foi gravado nos Estados Unidos e em inglês. Na capa, Nina posa com a filha recém-nascida Cosma Shiva que também é nome de uma faixa do disco. É deste álbum também, a música do seu clip mais difundido no programa Som Pop da TV Cultura nos anos 80 (naquela época a MTV ainda não tinha chegado por aqui): Smack Jack.

Ainda nos Estados Unidos, Giorgio Moroder, o pai da disco music, produziu o álbum Fearless de onde saiu o hit New York, New York (não é a mesma do Frank Sinatra e Liza Minelli, ok?). Todas as discotecas tocavam a música. Foi a fase mais comercial e de projeção de Nina.

Chegou o momento do Rock in Rio e Nina Hagen fez sua apresentação maluca e sensacional. Nem cogitei a possibilidade de ir assistir ao vivo e me consolei vendo os momentos pela Globo.

Mas, logo depois veio a melhor notícia: Nina iria voltar ao Brasil para uma turnê e tinha agendado uma apresentação em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera. Ueba! Mal podia acreditar. E lá fui eu…

No final do show, lembro da minha vergonhosa tietagem (ok, na casa dos 20 quase tudo é permitido). Esperei a saída de Nina e banda pelo fundo do ginásio onde acabaram saindo em um ônibus. Eu não estava sozinho por lá e ainda presenciei tietagem bem pior que a minha. Nina fazia suas caretas e dava tchauzinho pra galera. Lembro de ter chamado a atenção dela para uma foto. Deu certo. Foi o que restou daquela noite.

Consegui pegar Nina Hagen no final do show.

Enfim, descobri que Nina Hagen não destoa hoje, mesmo depois de consumir diversos tipos de sons e influencias que surgiram depois dela no decorrer dos anos 90 e 2000. Ao contrário, o prazer em ouvi-la foi apenas resgatado e é tão bom quanto antes.

Mais Nina Hagen: www.ninahagen.com

Clip de “Smack Jack

Homenagem à Zarah Leander, atriz e cantora dos anos 30 – Zarah

Escapada para o dance music anos 90. Trecho de “Get your Body” – parceria com Adamski